sábado, 6 de outubro de 2007

Eu queria ser um rato


Você é um homem ou um rato? Quem me dera poder responder a segunda opção. Esse pequeno roedor tem como habitat natural os campos. Já há algum tempo achou que seria bom negócio estar em companhia do homem. Claro, existe aí uma relação de interesse, mas qual relação não é no fundo movida por algum tipo de interesse. Há os que habitam esgotos, esses, do tamanho de cavalos, há também os que moram em porões e sótãos e que de quando em vez, para desespero das donas de casa, resolvem visitar a cozinha. Apesar de sua declarada e evidente preferência pelo convívio com os humanos, a recíproca não é verdadeira. Temos tratado-os a vassouradas e até abrigamos e criamos o seu pior inimigo, o gato. A ingratidão é tamanha que se quer lembramos deles ao pedir a proibição de pesquisas cientificas que utilizam animais como cobaias. Falam dos chipanzés, dos coelhos fofinhos, dos cachorros, mas ninguém se lembra do sofrido e pequenino roedor. No entanto, isso parece tê-los favorecido. Já que não lembramos de clamar por sua liberdade, a prática de utilizar ratos como cobaias na tentativa de melhorar a vida do homem, na verdade, tem mesmo é contribuído para a melhora da vida dos esquecidos e injustiçados roedores. A lista de novas descobertas no campo da medicina que tem favorecido uma vida mais saudável e longeva aos ratos é enorme, avanços consideráveis no tratamento de doenças como a calvície, obesidade, diabetes, e mal de Parkinson têm sido alcançados. Tiveram suas vidas prolongadas em cerca de 30%, estão ficando bem mais inteligentes. E a lista não para por aí, impotência, paralisia de órgãos, e existe até mesmo um rato que possui uma orelha extra grudada em suas costas, aliás, uma orelha humana.

Não há como competir, eles ganham em número, e agora são também geneticamente superiores. Se continuar nesse ritmo brevemente os ratos é que estarão fazendo dos humanos suas cobaias, o que pode, no final das contas, nos favorecer. Em um processo inverso poderemos conseguir de volta o controle.

Estamos pagando o preço por nossa empáfia e arrogância, nunca tratamos bem as outras espécies animais, mas aos ratos dedicamos especial desprezo. Agora não adianta mais, estamos condenados ao esquecimento dentro de alguma jaula fria nos fundos dos laboratórios de pesquisas dedicados a melhorar a vida desses seres superiores, os ratos.

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