Há algum tempo, Geyse Arruda poderia ser proibida de entrar em uma universidade por ter uma mente curta e não um vestido curto. Os tempos são outros.
Geyse foi hostilizada por seus colegas de faculdade que a julgaram indecente. Segundo os alunos, ao “desfilar” pelos corredores, tudo o que ela queria era provocar. E conseguiu. Geyse provocou homens e mulheres a mostrar seu machismo e intolerância de maneira muito confortável, protegidos pelo anonimato do grupo. Aos gritos de “puta” ela deixou o prédio da universidade em que estuda escoltada pela polícia. A instituição, por sua vez, resolveu que Geyse deveria ser punida por seu comportamento inadequado. E por isso a expulsou.
A UNIBAN concorda com seus alunos, para a UNIBAN Geyse é uma puta.
Não, a UNIBAN não é uma instituição medieval, ao contrário. Está perfeitamente alinhada a lógica capitalista do lucro em primeiro lugar. Os alunos dessa universidade estão lá porque a educação é um negócio lucrativo. Donos de faculdade são empresários e não educadores. Nada é mais contemporâneo.
Desde que o ensino superior se transformou em negócio lucrativo, não houve mais razão para gastar o tempo sentado em um banco de Escola. Adolescentes de classe média, malcriados pelos pais, pela TV e pela internet, já podem se dedicar a atividades mais divertidas como, por exemplo, queimar e espancar índios, mendigos, empregadas domésticas e putas.