segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Man in the box


Todo mundo conversa sozinho. E o engraçado é que todo mundo acha que quem conversa sozinho é louco. Mas temos que ser atentos. Às vezes achamos que uma pessoa está conversando sozinha mas na verdade não está. Não devemos nos esquecer que muita gente conversa com os desencarnados, por exemplo. E a gente já vai logo tirando conclusões precipitadas, achando que o cara está conversando sozinho e que, portanto, é louco. Algumas pessoas gostam também de travar longos debates com objetos inanimados, plantas, alimentos enfim... Sei até de pessoas que falam com membros do seu corpo.

Eu mesmo, por vezes, passo por louco. Gosto de falar com a Tv as vezes. Sempre que alguém entra na sala nesse momento, acha que eu estou falando sozinho.

Ultimamente tenho falado bastante com o box do meu banheiro. Fico lá sentado no chão do banheiro, nu do lado do meu vidro de shampoo Seda Style liso extremo para cabelos fracos e quebradiços, em um entusiasmado debate de idéias. O box do meu banheiro tem sido meu melhor amigo nos últimos tempos, sabe ouvir como ninguém. Pra dizer a verdade, é uma conversa meio unilateral. Não sei, acho que sou um pouco egocêntrico, gosto de ficar falando muito de mim mesmo. Tem haver também com essa fase que estou passando, quero mais ser ouvido do que ouvir.

Tenho certeza, se alguém pudesse me ver ali, já iria logo se apressando em me julgar louco.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Pac lonely man


Você se lembra do Atari? Seu primeiro micro-computador foi um msx? Você assistiu Barrados no Baile aos domingos pela manhã e curtiu cada episódio de Anos Incríveis? Todos os seus amigos estão casados? Parabéns, assim como eu, você passou dos 30.

Trinta anos corresponde a uma geração. Se você ainda não tem um filho, está na hora. A natureza é mesmo sábia. Chegar aos 30 anos sem filhos e esposa é mais ou menos como ser condenado à morte. Ou você se casa, para poder freqüentar as reuniões, as festinhas de seus amigos casados, os programas familiares ou prepare-se para a solidão. Foi essa a maneira sutil que a natureza encontrou para lhe dizer que você só está aqui pra perpetuar a espécie.

Você pode até querer contrariar a natureza, mas terá que estar preparado para as conseqüências desastrosas. A história mostra que o homem, ao longo de sua trajetória evolutiva, está sempre contrariando a natureza e pagando caro por isso. É uma obsessão humana o domínio sobre ela. O máximo que conseguimos até agora foi transformá-la, domina-la ainda é uma utopia.